14 junho, 2011

CINE GRAÇA INTINERANTE

Em parceria ja firmada anteriormente a Companhia Teatral Mestres da Graça através do Cine Graça exibirá na proxima sexta-feira 17/06 no auditório da Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL o documentários "1912 - O QUEBRA DE XANGÔ" de Siloé Amorim a exibição ocorrerá as 19:00hs. Após a exibição do filme, os professores Francisca Maria Neta e o reitor em exercício Clébio Correia Araújo, da Uneal, e o docente do Cesmac Antônio Daniel Marinho Ribeiro compõem a mesa de debates que terá a presença do professor Siloé Amorim – ele leciona na Universidade Federal da Paraíba.

SINOPSE
O documentário 1912 - O Quebra de Xangô, do antropólogo Siolé Amorim, nos mostra por meios de relatos, sobre tudo de estudiosos da religião afro-braleira, pais e mães-de-santo e de frequentadores, um episódio violento e que marcou profundamente Alagoas naquele período e que ainda traz consequências em nosso cotidiano, quer seja na forma de manifestação religiosa ou cultural. A condução das falas dos entrevistados foi uma preocupação constante na edição do material bruto, que somou mais de 700 horas de gravação; o outros do roteiro premiado no DocTv Alagoas em Cena 2006 o melhor de suas imagens captadas nos terreiros, nas externas e  nas entrevistas feitas em Maceió e em diversos municípios de Alagoas e em Olinda - PE, onde reside o Sr. Ciro Malta, o último filho do ex-governador de Alagoas, Euclides Malta. O manuseio, preocupação e trato com as imagens, comunica o olhar do antropólogo e do fotógrafo que atento aos gestos e sons emitidos nos terreiros, nos set's de filmagem, preocupação esta que fez a última cena ser rodada duas vezes. Ao final é só apagar as luzes e iniciar a exibição e ao acender das mesmas os debates poderão ser criados em ambientes diversos. 
Joabson Santos (Produtor Executivo)

O QUEBRA
O anoitecer do dia 1o de fevereiro de 1912 encontrou Maceió, capital de alagoas, animada com os preparativos dos estejos de momo.Os eventos políticos e sociais dos últimos meses haviam transformado a capital do estado. Desde a deserção dos praças da força pública no mês de janeiro, o aumento da violência contra as repartições públicas e das personalidades políticas alinhadas com o mandato anterior e a fuga do governador Euclides Malta para Recife. 
A aglomeração e balburdias não eram estranhas, com as proximidades do carnaval, a Rua dos Sopapos no  311, no bairro da Levada, residência do Sr Manuel Luiz da Paz, sede da liga dos republicanos combatentes fundada no mês de dezembro de 1911 e onde eram realizados os ensaios do tradicional Clube dos Morcegos, presença constante nos carnavais de Maceió desde o início daquele século. 
Porém naquele dia o motivo era menos festivo, após a aglomeração na sede da liga a turba partiu para o terreiro do candomblé de Chico Foguinho, cujos seguidores foram surpreendidos no auge da cerimônia religiosa a Oxum, deusas das água, alguns deles ainda com o santo na cabeça. A multidão enfurecida entrou porta adentro quebrando tudo que encontrava pela frente, fazendo jus àdeterminação do líder, Manuel Luiz da Paz, e batendo nos filhos de santo que se demoraram na fuga.  
A Tia Marcellina havia ofertado a coroa de Dada, espírito da justiça, aos mais importantes babalorixás de alagoas. Ela havia recebido a coroa ainda na África, local de seu nascimento. A Turba, capitaneada por seu líder, facilmente identificado por suas muletas, seguiu ainda para os demais terreiros e casas de culto afro de Maceió. O ataque continuou por toda Alagoas nos dias seguintes.  No dia 02 de fevereiro de 1912, as autoridades locais empossadas em Alagoas autorizam a invasão e destruição dos terreiros de religiões afro no estado, num violento episodio de perseguição aos pais e mães de santo que entrou para a história. Tia Marcellina morreu logo após o episódio. 
Os poucos terrereiros Nagôs, Minas e Ioruba sobreviventes passaram a cultuar em silêncio, sem tambores e sem oferendas públicas.

 SERVIÇO Cine Graça intinerante
Filme: Documetário 1912 - O Quebra de Xangô - Siloé Amorim
Local: Auditório da Uneal Campus III - Palmeira dos Índios
Data: 17/06 (sexta)
Horário: 19:00
Entrada: GRATUITO mas Vagas Limitadas 100 pessoas
Mais informações: Coordenação do Curso de História da Uneal Campus III

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