19 junho, 2013

Teatro da Memória Popular


Tradição, memória, cultura popular e esperança foram as palavras que resumem a apresentação do espetáculo teatral "As aventuras de uma Viúva Alucinada" do Grupo Mamulengo de Cheiroso – SE, através do palco giratório, mais uma vez Palmeira dos índios teve a oportunidade de vislumbrar o teatro em sua simplicidade, técnica e grandiosidade, os mamulengos de cheiroso trouxerem para o salão do SESC-LER a essência da cultura popular desde as loas de São Gonçalo – SE passando pelo forró do Palmeirense Jacinto Silva  e do rei Gonzagão até as festas juninas. Brincando e trazendo a tona o imaginário popular de idosos, adultos, jovens adolescentes e crianças que estavam presentes no evento, uma história típica dos cantos do nordeste brasileiro, uma viúva que fica com três filhos de personalidades distintas, e mesmo assim não se deixa desanimar quer arrumar um novo marido, de tanto tentar e aparecer pretendentes inusitados a exemplo da própria plateia e até um mangaieiro, acaba até se encantando com o diabo, e mais uma vez entra em cena o nosso personagem mais popular o Mateus, o bastião, o palhaço, o arlequim, o bufão enfim o embaixador da cultura popular que comanda todo o enredo da peça e suaviza as alucinações desta viúva. Em meio a tantos descontentamentos políticos, econômicos, culturais e sociais que passamos no momento, as artes cênicas mais uma vez se mostram como o antídoto com diz Jean Barrault “O teatro é o primeiro soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia”. A esperança de uma democratização cultural de fato e o que move os atores, espaços e equipamentos culturais em prol de sensibilização para esse importante seguimento não somente da sociedade, mas da alma do ser humano o teatro nosso de todos os dias.

Marcone Correia.
Ator e diretor Teatral


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