Tradição,
memória, cultura popular e esperança foram as palavras que resumem a
apresentação do espetáculo teatral "As aventuras de uma Viúva
Alucinada" do Grupo Mamulengo de Cheiroso – SE, através do palco giratório,
mais uma vez Palmeira dos índios teve a oportunidade de vislumbrar o teatro em
sua simplicidade, técnica e grandiosidade, os mamulengos de cheiroso trouxerem
para o salão do SESC-LER a essência da cultura popular desde as loas de São
Gonçalo – SE passando pelo forró do Palmeirense Jacinto Silva e do rei Gonzagão até as festas juninas. Brincando
e trazendo a tona o imaginário popular de idosos, adultos, jovens adolescentes
e crianças que estavam presentes no evento, uma história típica dos cantos do
nordeste brasileiro, uma viúva que fica com três filhos de personalidades
distintas, e mesmo assim não se deixa desanimar quer arrumar um novo marido, de
tanto tentar e aparecer pretendentes inusitados a exemplo da própria plateia e
até um mangaieiro, acaba até se encantando com o diabo, e mais uma vez entra em
cena o nosso personagem mais popular o Mateus, o bastião, o palhaço, o arlequim,
o bufão enfim o embaixador da cultura popular que comanda todo o enredo da peça
e suaviza as alucinações desta viúva. Em meio a tantos descontentamentos políticos,
econômicos, culturais e sociais que passamos no momento, as artes cênicas mais
uma vez se mostram como o antídoto com diz Jean Barrault “O teatro é o primeiro
soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia”. A esperança
de uma democratização cultural de fato e o que move os atores, espaços e
equipamentos culturais em prol de sensibilização para esse importante
seguimento não somente da sociedade, mas da alma do ser humano o teatro nosso
de todos os dias.
Marcone Correia.
Ator e diretor Teatral
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