A quem fale que a
moda não é arte, não é cultura, nem tão pouco segmento cultural, pois bem,
estão redondamente enganados a beleza do corpo e a sensualidade existe como
seguimentos artísticos desde que o mundo é mundo, na Grécia e na Roma antiga
por exemplo, basta nos voltarmos para os quadros de Da Vinci e la vai está a
beleza do corpo revelada na sua mais singela naturalidade. No universo Brasileiro, Nordestino e Alagoano em que vivemos podemos dizer que isso não
passa de teoria histórica da arte, porém um pequeno grupo, mais
de um enorme talento, vem despontando no seguimento artístico cultural, beleza
e moda, eles são o “HI 5” grupo genuinamente Palmeirense que pensa além de seu
tempo (embora todos sejam jovens), com um pesquisa minuciosa de ricos detalhes
sobre nosso chão seco e árido, eles trouxeram o entrelaçamento da cultura
popular sertaneja e a arte da moda no evento “GAROTA MODA PRAIA”, numa
peculiaridade, que foi de folhas secas, carcaças de cabeças de gado e uma
família de retirantes, perpassando pela simbologia e o imperialismo do carcará
no sertão, até o tesouro do cangaço em forma de mulher, nordestina, forte,
destemida e de beleza descomunal. E o espetáculo não para, prossegue numa
viagem ao xote de Gonzaga na voz de Marina Elali, com direito a uma contemporização artística de bailarinos e Drag Queen, que mais uma vez, misturam o tradicional
com as tendências de momento, quando também, trazem para a passarela de
folhagens a presença marcante e a sensualidade do Funk carioca. A riqueza do espetáculo
ainda conta com uma iluminação cênica e uma ambientação propicia, alem é claro
de figurinos expressivos e exóticos, todos sem fugir da temática “sertão” e com
uma boa pitada de moda e sensualidade. O auge do momento foi o desfile das
garotas moda praia com seus minúsculos biquínis e corpos exuberantes, algo que
faz interagir com o nosso ser, psicologicamente e fisicamente, como diria o
grande teatrólogo e critico Nelson Rodrigues “O biquíni é uma nudez pior do que
a nudez”. Mas o que chama a atenção não é a eroticidade do momento e sim a
beleza artística e cultural, é certo que o público é seleto, desde empresários,
servidores públicos e a classe artística em geral, mas sempre fiel e exigente,
e isso não sou eu que digo bastava olhar ao redor, os olhares de aprovação e
reprovação, comentários e o flashes do público presente, isso tão somente basta
para deixar claro que o evento entra na agenda local e estadual da cultura da
moda palmeirense e alagoana, que embora com pequenos comentários
desconsiderantes de que não teríamos praia para realizar um evento desta
natureza, digo que, ainda vivemos e somos das terras das alagoas e em lugares
que nos deleitamos de paisagens paradisíacas e belas fontes de água doce além
do mais belo mar, por isso precisamos e devemos prezar por estar sempre de bem
com a moda praia. Pois além de nos brindar com um espetáculo temático, belezas
corporais, aula de cultura e arte, ainda fortalece a economia da cultura em
nossa cidade gerando renda, informação, conhecimento e descobrindo talentos,
assim são os tesouros escondidos a sete chaves e procurados por muitos, mas
poucos os encontram e tem o prazer de desfrutar de sua riqueza, por isso
busquemos sempre os tesouros da arte são os mais belos e ricos e estão mais
perto do que imaginamos.
Marcone
Correia
Ator
e diretor teatral
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